sábado, setembro 01, 2007

“Inabalável Amor a Deus”



Que tempestades podem abalar
O tão profundo e sublime
Amor a Deus?

Que horizontes nos refugiam
Para sermos cacos desunidos
Na compaixão a Deus?

Que remos podem conduzir
À maré e sentido
De quem ama?

Que guerras e lutas infindáveis
Se nada se enche de Amor
À pura cruz de Cristo?

Que buscas no caminho
Onde as pedras doem e são
Semelhantes aos pregos cravados?

Que Amor tão forte e belo
Tão triste e enternecido
A quem tudo devemos!

Os sentimentos na responsabilidade!


Haveria muito por onde começar. O que ouço, leio e vejo? Talvez seja pouco, mas gostaria de partilhar estes sentimentos que nos tocam quando o objectivo é ser responsável. No dia-a-dia enfrentamos e lidamos com situações de “bradar aos céus”, não estamos imunes a elas, mas custa aceitar que a maturidade não reflicta a responsabilidade, ou será que a responsabilidade não está relacionada com a maturidade? Gostaria de acreditar que elas caminhavam juntas, e ainda acredito que sim. Tenho aprendido que por mais que muitos se esforcem para provar que no meio disto tudo está a mãozinha de Deus, deixamos de dedicar o nosso ser a um serviço simples, e essa simplicidade surge na responsabilidade: o dar, estar, presenciar, acolher, viver, ser, querer, apreender, cumprir, correr, saltar e sobretudo amar. Quando estamos zangados, alegres, tristes, até doentes… saem de nós muitos sentimentos (“sinto-me…”), mas quando agimos de forma responsável que sentimento terá. Será a responsabilidade um sentimento? Mais do que uma descrição, é uma reflexão onde se vê na responsabilidade uma forma de dar resposta a tudo que se pensa, se articula e concretiza, e de forma edificativa manifestar o amor aos e pelos outros; partindo daqui alcançaremos a máxima de Deus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos Amei!”.

Uma mente sedenta

Uma mente sedenta
Dos cheiros das flores
Quem semeia rebenta
O pólen dos amores

Uma paz reluzente
Sem medos, sonhar
Quem sofre, mente
Cem quereres, ocultar.

Há margens, marcas e imagens
Em segredos viajares
Por selos e rótulos, água do mar.

Há pedaços secretos, cheiros amar
Sem forças fracas
Por quedas de rios, querer olhar!

miragens

Nas miragens do deserto
Encontrei alguém
E bem longe, era certo,
Sentado além.

Eu queria, estava perto
Ali, o notei.
Não era concreto,
Mas procurando
Vi o seu sinal.

O sinal de Deus aqui,
O sinal de Deus em ti,
Acorda, desperta…
e deixa o teu coração,
dando-Lhe a mão.

No Senhor

No Senhor eu encontrei
Algo mais do que eu sou
Eu o vi, mas não o achei,
Em mim o seu olhar.

Ao Senhor, ao Senhor
Eu aqui estou
Dá-me força,
Dá-me, dá-me…
Eu quero ser só Teu.

Com Jesus eu caminhei
Sentia o que não via
Eu o escutei, mas não percebia
Em mim o seu amor.

Em Cristo eu amei
Sofri pelo que não pensava
Acompanhei-O, mas não temia
Em mim a sua dor.

notas de um caminho...

α Um dos grandes problemas/beneficios do ser humano é não exprimir tudo o que tem de mais doloroso na sua vida a qualquer pessoa.

α Se o Homem julga saber de tudo, engana-se quem pensa não saber nada.

Compaixão

Os significados sobre os sentidos e expressões que resultam das nossas acções são o manifesto de razões irracionais do corpo. Fácil é mostrar o corpo, o seu agir, mas difícil é demonstrar o que se sente por dentro, o que é de mais profundo do coração e sua paixão. O conhecimento de nós próprios ajuda-nos a perceber que o meio de alcançar a sensibilidade da dádiva pelo sofrimento só é possível pela compaixão. Não é uma compaixão que magoa, e que nos faz chorar por meio de algemas; sendo impossível de lidar com ela, torna-se um suplício para toda a vida.
A forma de alcançar essa viagem magnífica até Deus compassivo é a existência do ser humano compassivo, que pela compaixão tem a virtude de discernir, de ver a medida certa e distinguir o que é bem e mal. Mais importante é estar ligado a Deus misericordioso, que nos faz perceber que por Cristo a paixão ganhou outro sentido. Um sentido de promessa e de rigor, louvando ao saudável amor que se vivifica na presença divina e terrena – o eco-espiritual.