domingo, fevereiro 26, 2006

O cais...

::cidade de aveiro::
O cais...

Ó cais das lágrimas,
Padeço de Ti,
Quando nas viagens
Te vejo partir.

A revolta das águas,
Criam ondas,
Jamais pensadas
Nestas heranças.

Ó cais das lágrimas,
Atracar-me a Ti
Afogando as mágoas
E ter-Te para mim.

Ó cais das lágrimas,
Não quero desprender-me,
Quero sim, viver,
Sempre junto a Ti.

A calma das águas,
Demonstram a serenidade
Da tua imagem,
A quem, a Ti, ama.

Ó cais das lágrimas,
Nada faz sentido, se Tu,
Não estás dentro de mim.
Nada demonstra sentimento,
Se não foi pensado em TI!

O meu cais...
Que tantos vêm.




P.S.: o que consideramos como dádiva?

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Seduzido pelo Teu amor.














Seduzido pelo Teu amor.




Acreditar no Teu amor,
Jamais me fez equivocar,
Na forma como a tua voz
Soa ao meu ouvido,
Em cada vez que te escuto!


Sonhar com o Teu amor,
Jamais me fez imaginar
Outra forma de vida,
Senão a que te seguir,
Em cada passo que percorro!


Espalhar o Teu amor,
Jamais me fez cair
No erro de descartar
Ou abandonar a força
Da Tua palavra,
Em cada letra que pronuncio!


Cultivar o Teu amor,
Jamais me fez esquecer
Da gota de água,
E do brilho que transmites
Em cada olhar que permeio!


Viver o Teu amor,
Jamais me fez duvidar
Dos sinais do clamor
Que introduzes em mim,
Em cada rio de lágrima vivo!

Bons momentos…



Bons momentos…

Com muito querer,
As memórias ressalvam os esquecimentos
Que depuramos nos passos marcados,
Em constantes momentos vividos.

Com muito viver,
Choramos pelas saudades que deixámos
Noutras terras, noutros mundos que não o nosso,
Nos constantes momentos queridos.

Com muito lembrar,
Vemos os rostos das imagens guardadas
Por registos ubíquos de memória
Em constantes momentos saudosos.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Adonai, Adonai

A tua palavra


Adonai, Adonai
Porque a tua palavra
É símbolo de Amor.

Adonai, Adonai,
Porque a tua palavra
É instrumento orientador.

Adonai, Adonai,
Porque a tua palavra
É o meu trilho.

Adonai, Adonai,
Porque a tua palavra
Faz da espiga, milho.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Um escutar profundo


Um escutar profundo



Se chegasse o lembrar,
Se chegasse o recordar,
Se chegasse o sonhar,

Nada, para mim, me fazia levantar.
Nada, para mim, me fazia sentir.
Nada, para mim, me fazia pedalar.

Se chega o querer,
Se chega o saber,
Se chega o ter,

Exíguo, para mim, se emanar,
Exíguo, para mim, se sofrer,
Exíguo, para mim, se chorar.

Se chegar o acreditar,
Se chegar o amar,
Se chegar o apaixonar,

Existe, para mim, um voar,
Existe, para mim, um acreditar,
Existe, para mim, um exaltar.

Um exaltar de alegria,
Um acreditar apaixonado,
Um voar até TI.

A força que me move.



A força que me move.


A força que me move,
Está para além,
Daquilo que vemos!

A força que me move,
Esconde-se quando fojes,
Quando nos perdemos!

A força que me move,
Incrementa o fogo divino,
Se nos desvanecemos!

A força que me move,
Vacila sempre no coração,
Se esquecidos da sua paixão.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

«Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para a pesca.»

Lc 5, 4

Sentir a presença de Deus em cada um de nós, vai deixando de ser uma relação de vivência perceptível, isto é, que se mostra aos outros. Não digo que essa relação também não possa ser dessa forma, mas quem é o verdadeiro cristão? O que vive cultivando, ou o que permanece esperando? Aquele que se dá a conhecer por estar presente, ou aquele que faz da sua presença, silêncio

Sentir a presença de Deus, deve partir de uma construção pessoal de diálogo, de conversa com Ele. Assim conduzo a minha vida, permanecendo fiel no meu silêncio, que por muitas vezes quebrado, volta a ganhar os contornos de uma presença viva que posso levar a meu lado, numa singela e magnifica construção de palavras. Estas, carismáticas e apreciadas. Num pequeno, mas confuso, mundo, o que me aviva a sabedoria desta confiança, desta Fé, não se deve às forças que sinto levantarem-me quando só consigo rastejar, mas sim, nas forças que me acompanham, quando e dando um exemplo: consigo esfregar o olho, e desse olho posso ver e perspectivar a vida, mas não chega, e essa visão começa a ter contornos distorcidos e vejo alguém orientando-me por vales incertos de magia fecunda. A quem esta graça?

Sentir a presença de Deus, é viver na confiança desse Homem, que se fez e se faz ao largo, quando a esperança se extingue, surgindo um sinal de luz, que se transforma numa chama ardente e amima o horizonte da vida.

Sentir a presença de Deus, toma em nós uma diversidade de formas, de âmbitos, de contextos. Sentir o apelo de Deus, toma uma diversidade de inquietações, de perturbações, de palpitações. Sentir o chamamento vocacional, conjuga-se em dois verbos – vir e seguir. Segue-me, Seguir-me-ás. Vem.

Sentir a presença de Deus, é Ser pescador, trilhando por águas, os ensinamentos do mestre, do grande mestre, adágio digno de um Pescador que moveu e conquistou, por oceanos perdidos, peixes.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Onde te procurar…










Onde te procurar…

Onde te posso encontrar, Senhor,
Quando me interpelas,
E em nada te respondo?


Onde te posso imaginar, Senhor,
Quando os meus olhos derramam lágrimas,
E em nada te assemelho?


Onde te posso buscar, Senhor,
Quando o escuro me faz consentir de dor,
E em nada te manifesto?


Onde te procurar, Senhor?
Estás em mim, dentro de mim.
Onde te procurar, Senhor?
Conhecendo-te, no meu íntimo.
Onde te procurar, Senhor?
Na comoção que sinto…
Onde, Onde te procurar… Onde?
Na oração, contemplação da paixão.


Onde te posso sentir, Senhor,
Quando as minha mãos são livres,
E em nada te toco?


Onde te posso ver, Senhor,
Quando os obstáculos me fazem perder,
E em nada te alcanço?

Onde te posso abraçar, Senhor,
Quando as mentes desvanecem o ser,
E em nada te abraço?


Onde te posso amar, Senhor,
Quando o coração pede mais,
E em nada te identifico?

Onde te procurar, Senhor?
Estás em mim, dentro de mim.

Onde te procurar, Senhor?
Conhecendo-te, no meu íntimo.
Onde te procurar, Senhor?
Na comoção que sinto…
Onde, Onde te procurar… Onde?

quinta-feira, fevereiro 02, 2006


Grandiosidade do existir


Exultando de gáudio
Xis infinita como humano
Impetuosidade interior fraca
Serviço missionário pregado
Traz junto do fogo
Imaginário realista puro
Reservado ao Amor

Nascentes de água espalham o afecto
Orlas frestas à invasão do temor

Antes que a luz perca o alento
Mistérios de fé me encherão
Observadores dos trilhos encontrados
Raciocínios verosímeis na humildade do rosto.