domingo, maio 29, 2005

Que duro...




Entranho-me nas tuas suplicas,
Sinto a viagem de regresso do corpo,
A admiração que causaste,
E a forma que mostraste amar.

Deixa-me recriar esse espaço,
De dor e de sacrificios não reconhecidos,
Cativar os pobres de espírito e mostrar-lhes,
O quão perfeito foi o júbilo do olhar.

Como não podem viver a sensação
De ser castigado pelo mal dos outros,
Como se esquecem das injurias dos povos
E não se mostram sensíveis as durezas.

Para onde vai o povo que culmina na riqueza,
Que perde o entendimento e deixa-se sofrer sem ser por Amor,
Quem pode mostrar e valorizar-se,
Se não tem a quem louvar, e livrar-se das impurezas.

Pessoas sem comunhão, sem amabilidade,
Esses batuques de dor que transportas e remam,
Ao interior sôfrego pelo maléfico viril
Que perseguição desconcertada e inoportuna.

Rasgos velozes, marcados pelos instrumentos
As calamidades de almas inconscientes
Esbanjando águas viajadas por rios,
Mares de suculenta condenação oracional.

Como se invade o infortúnio recaído,
Que não tem pés para levantar
Nem braços para apoiar,
Nem rosto para mostrar a sua injuria.

Como se pronuncia prantos secos,
Que de sementes só as que não prestam permanecem,
E de alimento, só as que estão envenenadas,
E consomes, consomes até um dia dizer... .

1 comentário:

Cristiano Contreiras disse...

Sutis insatisfações da vida; cotidiano de esperança...o desejo pelo afago da pessoa ideal...o tom das almas afins!

lindo post!